Perdi-me na montanha
onde os lírios não existem
as nuvens estão secas
e o lago azul, de tanto chorar
já secou
É assim que nada entendo
aos ziguezagues
pela auto-estrada de terra batida
No topo da montanha encontrei-me
só
descobri imperfeições
disparei em todas as direcções
certeira
certa de mim
do que sou
minh’alma não tem peso
nem medida
Estou a mais aqui
este frio debaixo da pele
incomoda-me
não vivo a tristeza e a mágoa
de quem sorri baixinho
Inquieta
olho-me no espelho envelhecida
temo a escuridão que se acendeu
preciso de mim
devagarinho
Nenhuma lágrima cairá sem razão
ouvi
o vento forte sou eu